Acusado de crimes sexuais, ex-CEO da Abercrombie alega demência à Justiça para escapar de processos
24/12/2024
Michael Jeffries responde às acusações em liberdade, após pagar uma fiança de US$ 10 milhões. Michael Jeffries, ex-presidente da Abercrombie & Fitch, em outubro de 2024.
Rebecca Blackwell/ AP Photo
Os advogados de defesa de Michael Jeffries, ex-presidente da gigante da moda Abercrombie & Fitch, alegam que ele pode ter demência e que é necessário fazer uma perícia judicial para determinar se o empresário está mentalmente apto para enfrentar as acusações de tráfico sexual.
Em documentos protocolados em Nova York nesta semana, os advogados afirmam que um neuropsicólogo examinou Michael Jeffries em outubro e concluiu que ele provavelmente tem distúrbios comportamentais, doença de Alzheimer e demência do tipo Lewy (doença neurodegenerativa que causa perda progressiva de funções mentais).
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Ainda de acordo com os documentos, o neuropsicólogo também teria concluído que Jeffries sofre com problemas de memória, diminuição da atenção, processamento lento e confusão.
Em uma carta conjunta enviada ao juiz do caso, a defesa e os procuradores responsáveis pela acusação sugeriram que os peritos que avaliaram o executivo prestem depoimento em junho, para que uma decisão sobre sua aptidão mental pudesse ser emitida.
O ex-presidente da Abercrombie foi preso em outubro e deixou a cadeia após pagar uma fiança de US$ 10 milhões. Ele responde às acusações em liberdade.
O parceiro dele, Matthew Smith, e o suposto intermediário do casal, também foram presos.
As alegações contra Mike Jeffries e seu parceiro foram reveladas por uma investigação da BBC, que descobriu que havia uma operação sofisticada envolvendo um intermediário e uma rede de recrutadores encarregados de recrutar homens para eventos realizados por eles em suas residências em Nova York e em hotéis ao redor do mundo.