PIX: Banco Central quer aumentar rastreamento de transferências fraudulentas a partir de 2026
26/12/2024
Nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED), uma das ferramentas do PIX, vai permitir que os recursos de transferências fraudulentas possam ser rastreados para além da primeira conta receptora usada para cometer a fraude, diz o BC. PIX, a ferramenta de transferência em tempo real do Banco Central
Reprodução site Banco Central
O Banco Central informou nesta quinta-feira (26) que quer ampliar, a partir do primeiro trimestre de 2026, o rastreamento de transferências feitas de forma fraudulenta por meio do PIX, sistema de movimentação de recursos em tempo real da instituição.
Segundo o BC, uma nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED), uma das ferramentas do PIX, vai permitir que os recursos de transferências fraudulentas possam ser rastreados para além da primeira conta receptora usada para cometer a fraude.
"Dessa forma, será possível bloquear e realizar a devolução de recursos a partir das diversas contas utilizadas na fraude, aumentando ainda mais a segurança e a confiança no Pix", afirmou o chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do BC, Ricardo Mourão.
De acordo com a instituição, o desenho geral da nova funcionalidade está sendo discutido de forma colaborativa com o mercado desde julho deste ano no âmbito do Grupo Estratégico de Segurança do PIX, coordenado pelo BC e composto pelos principais especialistas em segurança do sistema financeiro.
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PIX por aproximação
O Banco Central também informou que está prevista para 2025 avanços no chamado PIX por aproximação, para permitir que os clientes bancários possam utilizar essa ferramenta para pagar contas com o telefone celular.
"No Pix por aproximação, o cliente aproxima seu celular do dispositivo do recebedor (a “maquininha”) para que a transação possa ser realizada via Pix, de forma semelhante ao que já ocorre com os cartões de pagamento, usando a tecnologia NFC (Near Field Communication)", lembra o BC.
A instituição explicou que o PIX por aproximação pode ser feito por meio de uma carteira digital ou pelo aplicativo da instituição de relacionamento do cliente.
E que o modelo de carteira digital já está sendo ofertado pelo Google e pode ser implementado de forma opcional pelas instituições financeiras e instituições de pagamento. Hoje, três instituições já ofertam o serviço ou estão em fase final de testes (C6, PicPay e Itaú).
"A oferta dessa funcionalidade pelas carteiras digitais é facultativa e depende de uma licença do BC para que elas possam atuar como iniciadoras de transações de pagamento", acrescentou.
Para as carteiras digitais que optarem por ofertar o Pix por aproximação, é necessária a integração com as instituições detentoras de contas que sejam participantes do Pix.
Por isso, o BC regulamentou, no âmbito do Open Finance, a implementação obrigatória da funcionalidade “jornada sem redirecionamento”, que é utilizada como base para esta integração, pelas instituições detentoras de contas transacionais participantes do Pix a partir de 28 de fevereiro de 2025.
O BC informou, ainda, que outro modelo – facultativo, já possível de ser implementado e que está sendo disponibilizado por algumas instituições participantes do PIX – utiliza o aplicativo da própria instituição de relacionamento do cliente para viabilizar o pagamento com Pix por meio de aproximação com as “maquininhas”.
"Em processo de elaboração pelo BC, em conjunto com o mercado, a regulação do Pix por aproximação tem como objetivo garantir uma experiência harmonizada, independentemente dos participantes envolvidos na transação. Está prevista para maio de 2025 a publicação de suas especificações e padronização de uso", concluiu.