Superávit da balança comercial brasileira recua 24,6% em 2024, para US$ 74,5 bilhões
06/01/2025
Embora as exportações tenham recuado, a diminuição do saldo comercial de 2023 para 2024 está relacionada, principalmente, ao aumento das importações. Para 2025, projeção é de um saldo positivo entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. Navios são carregados no Porto de Itajaí, em Santa Catarina
Divulgação/Governo Federal
A balança comercial registrou superávit de US$ 74,55 bilhões em 2024, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços nesta segunda-feira (6).
🔎O resultado é de superávit quanto as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, o resultado é deficitário.
De acordo com dados oficiais, houve uma queda de 24,6% no saldo positivo da balança comercial na comparação com o ano de 2023 — que somou US$ 98,9 bilhões (recorde histórico).
Esse também foi o menor saldo para um ano fechado desde 2022 (+US$ 61,5 bilhões).
Contas externas
A piora na balança comercial é um dos fatores que estão pressionando para cima o rombo das contas externas, que somou US$ 46,8 bilhões de janeiro a novembro deste ano, segundo dados do Banco Central. No mesmo período do ano passado, o saldo negativo foi de US$ 18,9 bilhões.
As contas externas de um país são um conjunto de registros financeiros que refletem suas transações econômicas com o resto do mundo. Elas fazem parte do Balanço de Pagamentos e incluem diversos itens que podem ser agrupados em grandes categorias.
Entram no bojo das contas externas:
Balança comercial
Comércio de serviços
Investimentos diretos
Investimentos em carteira
Rendimento recebido do exterior, como juros, lucros e salários.
Pagamentos ao exterior de juros sobre dívidas, lucros de empresas estrangeiras e salários.
entre outros itens
O BC costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe.
Apesar da piora das contas externas, seu saldo negativo tem sido coberto pelos investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira, que totalizaram US$ 68,3 bilhões até novembro, contra US$ 64,4 bilhões no mesmo período de 2023. Isso quer dizer que os investimentos em dólar têm financiado o rombo das contas externas.
Exportações e importações
Aumento das exportações e redução da oferta no campo explicam a alta da carne pro consumidor
Embora as exportações tenham recuado, a diminuição do saldo comercial positivo de 2023 para 2024 está relacionado, principalmente, com o aumento das importações.
No total, em 2024:
as exportações somaram US$ 337,03 bilhões, com queda de 2%, pela média diária, na comparação com 2023;
As importações totalizaram US$ 262,48 bilhões, com alta de 7,7%, pela média por dia útil, em relação ao ano anterior.
Principais produtos
Exportações
Óleos brutos de petróleo: US$ 44,84 bilhões, com aumento de 5,2%
Soja: US$ 42,94 bilhões, com queda de 19,4%
Minério de ferro: US$ 29,84 bilhões, com recuo de 2,4%
Açucares e melaços: US$ 18,63 bilhões, com alta de 18,1%
Óleos combustíveis: US$ 11,69 bilhões, com elevação de 3,9%
Importações
Óleos combustíveis: US$ 15,19 bilhões, com queda de 12,3%
Adubos e fertilizantes: US$ 13,56 bilhões, com recuo de 7,2%
Válvulas termodinâmicas: US$ 8,96 bilhões, com queda de 1,5%
Motores e máquinas não elétricos: US$ 8,46 bilhões, com aumento de 28,9%
Veículos automóveis de passageiros: US$ 8,29 bilhões, com alta 43,2%
Expectativa para 2025
Para este ano, a projeção do Ministério do Desenvolvimento é de que o superávit da balança comercial fique entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões.
Para as exportações, a expectativa é de um valor entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, e para as compras do exterior entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões.